Guitarrista e criador, João Diogo Leitão desafia barreiras estéticas e tradições, através de uma abordagem inovadora a um dos mais fascinantes cordofones tradicionais portugueses – a viola braguesa.
“…uma viola braguesa como nunca a tínhamos ouvido antes. Um disco corajoso que abre novas fronteiras para um instrumento discreto, mas charmoso. ”
Songlines (UK)
João Diogo Leitão tem um percurso musical intimamente ligado à guitarra clássica, enquanto intérprete. Tendo feito a sua formação superior na Universidade de Évora e, posteriormente, no Conservatório Real de Haia nas classes dos professores Dejan Ivanovic e Zoran Dukic, respetivamente, assumiu-se desde cedo como um dos talentos da sua geração, tendo sido premiado e distinguido em vários concursos, destacando-se, especialmente, o 1º lugar no “Prémio Jovens Músicos”, Nível Superior.
Sucederam-se concertos enquanto solista com a Orquestra do Norte, Orquestra Metropolitana de Lisboa, Orquestra Clássica da Madeira e Orquestra Gulbenkian sob a direção dos maestros José Ferreira Lobo, Pedro Neves, Pedro Amaral, Cesário Costa e Pedro Carneiro e apresentações nas mais importantes salas portuguesas como o Coliseu do Porto, Teatro Rivoli, Casa da Música, Centro Cultural de Belém ou Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian.
A descoberta da viola braguesa – um dos muitos cordofones tradicionais portuguesas –, o fascínio pelas suas características tímbricas e o potencial inexplorado deste instrumento desencadearam uma metamorfose. Provocaram uma urgência poética que o levou a investigar e compor música para esta viola que surge do natural encontro entre os mundos da música erudita e música tradicional portuguesa, inovando na abordagem técnica e estética, criando um repertório próprio para este cordofone. O álbum de estreia ‘por onde fica a primavera’ foi criado e registado em Serpa, no Musibéria, e editado pela ‘Respirar de Ouvido’, em 2020.
Em 2021 criou e gravou, a convite do Turismo do Porto e Norte de Portugal, a banda sonora para o vídeo promocional “quando o Norte desperta”, para viola amarantina/viola braguesa.
Para viola braguesa e ensemble de guitarras compos “toda a terra é caminho, todo o chão é pasto”, estreada pela Orquestra de Cordas Dedilhadas do Minho e pelo próprio, sob a direção do maestro Rui Gama.
Nasceu ainda nesse ano “a urtiga“, um projecto de música e poesia original, em duo com João Almeida, que explora o formato canção – um híbrido entre a música de câmara erudita e o imaginário do cantautor. Em 2023 lançaram o seu primeiro disco intitulado “à procura da essência da cebola“.
Em 2023 estreou a versão da obra “Sofomania in Senatus” do compositor Hugo Correia, para viola braguesa, sintetizador e orquestra, acompanhado pela Orquestra de Sopros da Academia de Música de Chaves, sob a direção do maestro Luciano Pereira.
Usa uma Viola Braguesa do construtor Diogo Valente
[EN]
João Diogo Leitão is the recipient of some of the most important classical guitar awards from Portugal. A Master’s Degree in Classical Guitar Performance from the prestigious The Hague Royal Conservatory (The Netherlands), several prizes, concerts as soloist with the most important Portuguese orchestras, and presentations in all the major Portuguese concert halls have confirmed João as one of the most preeminent young musicians and guitarists of his generation.
His discovery of ‘viola braguesa’ – a traditional acoustic guitar from northern Portugal, usually associated with traditional/folk music – his fascination for its timbre and the untapped potential of this instrument, triggered a poetic urgency that led him to investigate and compose music for it. These compositions arose from the natural encounter between the worlds of classical and traditional music, innovating in technical and aesthetic approaches to create an unprecedented repertoire for this instrument.
João Diogo Leitão’s debut album “por onde fica a primavera” for solo ‘viola braguesa’ is a pioneering and original creation that brings together, through a contemporary approach and a natural virtuosity, his memories of classical and traditional music, creating his own unique imaginary sound world. ‘por onde fica a primavera’ (2020) was created and recorded in Serpa, at Musibéria, and was published by ‘Respirar de Ouvido’.
“In his album “Por onde fica a primavera”, Leitão progresses in the challenge of taking up a traditional instrument deeply rooted in local Portuguese music, although carrying out a kind of ‘deconstruction’ exercise. This may not be the fairest way to describe it, but that’s one of the first insights you get from ‘Por onde fica a primavera’ (…). All the cleanest sounds of the stringed instrument are there, perfectly executed by João’s fingers in the way you’d expect them in any Portuguese classical or folk music composition, but here they’re brought out one by one, disassembled from their original & traditional construction, and replaced again in a new open context. Relocated on a kind of bare canvas, without any other vocal or instrumental arrangement, wandering through a kind of erratic melodies, but not without intense & melancholic emotions, with intriguing and unexpected evolutions, and dreamlike reflections of a beauty that melts into the mist and the dark of the plucked phrases on the strings.”
Pío Fernández – Folk World
In 2021, he created and recorded, at the invitation of Turismo do Porto e Norte de Portugal, the soundtrack for the promotional video “quando o Norte desperta”, for viola amarantina/viola braguesa.
For viola braguesa and guitar ensemble composed “toda a terra é caminho, todo o chão é pasto”, premiered by the Orquestra de Cordas Dedilhadas do Minho and by himself, under the direction of conductor Rui Gama.
That same year “a urtiga” was born, a project of original music and poetry, in duo with João Almeida, which explores the song format – a hybrid between classical chamber music and the singer-songwriter’s imaginary. In 2023, the first album “à procura da essência da cebola” was released.
In 2023 he premiered the version of the work “Sofomania in Senatus” by composer Hugo Correia, for viola braguesa, synthesizer and orchestra, accompanied by the Wind Orchestra of the Music Academy of Chaves, under the direction of maestro Luciano Pereira.
Plays a Viola Braguesa by luthier Diogo Valente